sábado, 23 de junho de 2007

Encontros e desencontros



Tati foi, à tarde, assistir a um encontro entre Charles Mellman, Chemama e outros sobre "Os 3 ensaios sobre a sexualidade" de Freud. Foi só 10 euros e tinham só 50 pessoas. No Brasil, pra escutar o Mellman se paga uma baba e fica lotado. Foi uma grande oportunidade. Enquanto isso estudei.

Combinamos de nós 2 nos encontrarmos num ponto da Champs Elysées com Guilherme e Patricia. Bom, houve um problema que eu encontrei nossos amigos, mas a Tati se desencontrou da gente. Acabou que voltamos pra casa e a encontramos aqui...no caminho, passei em frente ao Palais des Elysées, o palácio presidencial - não dá pra ver nada pois tem um muro enorme. O mesmo valhe para os outros prédios importantes na mesma rua: O palácio do primeiro ministro, as embaixadas dos EUA, do Reino Unido, da Colombia (o que ela faz ali?!) e do Japão.

De casa, decidimos ir todos juntos (ufa, encontrei a Tati!) para Saint Germain de Près comer um sanduba e escutar um jazz. O sanduba nós comemos, mas o jazz tá caro. Decidimos passear por ali, pelo Quartier Latin e terminamos nossa noite em frente à Notre Dame iluminada (linda!) vendo um espetáculo de pirotecnia: engolidores de fogo, malabaristas e fogos de artifício. Foi bem legal.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Psicanálise e psiquiatria




Vejam a primeira foto acima! Que noite fez no solstício de verão!

Hoje estudei o dia todo e no fim de tarde fui para o grupo de conversação de francês. Hoje a professora era outra, mais fraca que o de ontem, que era ótimo.
A turma de hoje tem em comum o mesmo japonês e a mesma coreana de ontem. Ele está ficando meu amigo. Além deles, estavam uma tcheca com jeito de imbecil, uma búlgara da pá virada que saiu no meio do grupo e uma iraniana muito gente boa. Não parece em nada com a imagem que temos dos iranianos - não usa véu, é vaidosa, arrumada, muito bonita, simpática, fala francês fluentemente e indistinguível de uma européia. Para quem não sabe, os iranianos não são árabes, são persas, povo de fisionomia igual a de um europeu.

A professora era inconveniente, eurocêntrica e narcisista. Chegou a dizer pra iraniana que, agora que ela está na França, está "livre" pois as mulheres são muito oprimidas no Irã. Depois me disse que não entendia porque eu estudava psicanálise no doutorado pois seu marido é psicanalista e lhe disse que psicanálise não se transmite na universidade. Eu tive de dizer à pentelha que não estou fazendso formação psicanalítica na universidade e sim uma tese de doutorado, minha formação é na minha análise, na minha supervisão e no EBEP...ela arrota saber, entenderam?

Depois me vinguei quando a pentelha me censurou por eu falar que aqueles que foram internados nos hospícios do século XIX eram os loucos. Ela disse que não se pode dizer "louco" e sim "doente mental". Aí veio minha vingança falando a ela das mazelas de se tomar um louco como um doente, cuspi Foucault na cara dela e fui pra galera!!! Goooooool!!!!

A Tati esteve desde cedo no subúrbio de Paris (banlieue, como eles dizem). Ela foi a um seminário de vários psicanalistas sobre "O ato e a passagem ao ato" no hospital Ville Evrard (da foto acima). Tati foi ciceroneada por Jean-Jacques Tyszler. Ela disse que o lugar é enorme, parece um condomínio fechado, com cabeleireiro, café e restaurante. Ela gostou muito e semana que vem volta lá pra visitar o serviço de psiquiatria de adultos. Passou o dia lá, só chegou no fim da tarde.

Foi uma aventura pra Tati conseguir chegar lá (pois nunca pegamos os trens suburbanos) e falar e escutar francês durante o dia todo. Mas é assim que se aprende!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Festa da Música




Ontem à noite no aniversário de nossa amiga teve roda de violão. Foi, na verdade, o início do dia de hoje pois...

...hoje, o primeiro dia de verão, o solstício de verão (o dia mais longo do ano), é comemorado em Paris com a Fête de la Musique - a festa da música.

Essa festa é o que mais se aproxima em alegria e farra do nosso Carnaval. Em toda a cidade - em toda a cidade mesmo - em cada esquina, na rua, músicos se apresentam: tem música pra todos os gostos (clássica, jazz, hip hop, reggae, salsa, samba, techno, chansion française, rock etc.). Os franceses ficam loucos, dançam, bebem pra cacilda e alguns se metem ou criam confusão.

Decidimos ver e ouvir aquilo que tem de mais diferente, o que provavelmente não teremos oportunidade de ver em outra ocasião. Assim, fomos a um show de música sérvia. Sim, da Sérvia, ex-Iugoslávia, terra do Pet. Gostamos da música deles, mas não é que o cantor não é a cara do Milosevic!! O show foi em frente ao Centre Georges Pompidou, que está na foto acima - um dia ainda vamos lá, onde está o museu de arte moderna.

Depois fomos assistir a um concerto de egípcios. Mas eles tocavam música clássica. Pensávamos que iriam tocar música egípcia! Mas foi bom; são da orquestra do Cairo - não sei se isso pesa a favor ou contra...

Nos encontramos com Guilherme e Patricia em Saint German de Près e passeamos de lá até o Pantheon, parando pra escutar o que nos interessava. Assim, ouvimos jazz, música árabe e rock. Foi muito legal! Adoramos!

Faltou contar que hoje nós iniciamos num grupo de conversação em francês aqui na Cité. Nossos colegas são um japonês, uma coreana e um irlandês, além, é claro, do professor francês. Foi ótimo! Amanhã tem de novo.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Do lixo ao luxo



Hoje, após a rotina de estudos, nos presenteamos com um passeio - dessa vez barato pois nesse mês já gastamos muito. Decidimos visitar um parque chamado Buttes-Chaumont.

O parque foi construído pelo Barão Haussman, um sujeito que, por ordens de Napoleão III, reformou toda a cidade e tirou sua imagem medieval e crou a imagem que Paris sustenta até hoje - ele fez isso há 160 anos atrás e o estilo de Paris pouco mudou = os prédios típicos são daquela época, bem como os grandes boulevares, as praças amplas entre outras muitas coisas. O parque foi construído nos confins da cidade num lugar que era um lixão! Não dá pra acreditar no que se transformou! A Favela da Maré tem jeito!

Entre essas muitas coisas estão os parques. O Buttes-Chaumont, da mesma maneira que o parque Monceau foram criados de tal forma que agradassem aos espíritos românticos da época: parecem remanescentes de uma civilização antiga - têm ruínas falsas; tem morros, cachoeiras, lagos e árvores e flores das mais diversas espécies; têm aléias, parquinhos, bancos, carrosséis e recantos pra namorar.
Bom, dá pra ver que adoramos o parque Buttes-Chaumont, mas ainda consideramos o Monceau o mais bonito.
Hoje marcamos um encontro com a amiga japonesa da Tati, Reyko, mas ela furou. Estava doente, talvez continue...
À noite, Tati foi para a ALI, instituição de psicanálise que freqüenta e eu fiquei para o aniversário de uma colega do nosso andar.
No fotolog pedroetatiemparis.gigafoto.com.br estão as fotos do Buttes-Chaumont, mas aproveitamos e colocamos também do Monceau.

terça-feira, 19 de junho de 2007

A indomável língua francesa





As fotos acima são: A primeira em Chartres e a segunda é a torre de Montparnasse, um arranha-céu em Paris, do lado da estação de trens de Montparnasse, de onde fomos para Chartres.


Ontem lá pelas 20:30 hs da tarde passeamos por umas redondezas que não conhecíamos...lá não tem nada de mais, foi mesmo um exercício de se apropriar do território.


Hoje estudamos bastante francês no Espace Langues, depois estudei pro doutorado enquanto Tati tirou uma sonequinha à tarde. Lá no Espace Langues nos inscrevemos num grupo de conversação que começa quinta-feira.

À noite fomos a uma palestra de uma socióloga da Paris 3 que trazia uma análise do meio acadêmico francês...o problema é que ela falava muito rápido. Entendemos por alto o que ela disse; de resto, boiamos. Precisamos estudar mais francês!


Hoje nossas refeições foram deliciosas:

Café da Manhã - croissant, camembert, geléia de cereja e suco de laranja.

Almoço - Spaghetti aos 4 queijos (feito pela chef Tati), vinho tinto francês e de sobremesa, sorvete de baunilha e mousse de chocolate!

Na palestra bebemos um vinhozinho branco...

Jantar - Cachorro-quente de salsicha francesa deliciosa + mostarda de Dijon + ketchup + maionaise francesa + Emental ralado, tudo na baguette. Bebemos mais vinho tinto e de sobremesa, Nutela!!!



segunda-feira, 18 de junho de 2007

Suíça Prafrentex




Ontem eu disse que publicaria hoje as fotos de Chartres...pois é, vão ter de esperar por amanhã de novo, pois no fotolog estão as fotos de Zurique.

Recapitulação da viagem à Suíça: Final - Zurique.
A última cidade que visitamos na Suíça foi a "cidade grande" de Zurique. É a maior cidade suíça. Fica na área alemã, mas como é "grande", é cosmopolita e lá se fala de tudo. Como Paris, tem gente de todo o mundo.

Zurique é o metro quadrado mais caro da Europa, mas não é nada opulenta. A cidade é agradável e tem uma atmosfera de liberdade, de gente com a cabeça mais aberta. É a terra do movimento Dada da arte moderna do início do século XX, na mesma época clinicavam lá o famoso Jung e o menos famosos, mas muito importante, Bleuler. A cidade abrigou durante a primeira guerra a nata da intelectualidade fugida do front e até hoje guarda os benefícios disso: A mentalidade das pessoas é mais arejada que no resto da Suíça...as vezes até demais - havia até pouco tempo atrás um parque onde o uso da heroína era liberado; o estrago foi tamanho que o governo voltou atrás. As drogas pesadas são um problema seríssimo na Suíça, tem muiiito doidão.

Passeamos pela cidade beirando o rio até chegar no lago. Andamos rápido, mas vimos a bela arquitetura da cidade, as ladeiras de pedestres com cafés e prédios coloridos (como no Pelourinho), vimos vários lugares aconchegantes, uma bela catedral mas feia por dentro e uma igreja boba por fora, mas linda por dentro (com vitrais de Chagall!); fomos a um parque e ainda tivemos tempo de discutir com um vendedor de Coca-cola. que queria nos empurrar uma lata morna...tudo isso antes de irmos ao museu de arte de Zurique, arf, arf. Tínhamos apenas umas 4 horas e meia. Assim, fizemos turismo à la japonês.

Mas o museu de arte de Zurique foi a grande atração. Fomos lá ver a grande coleção de Giacometti (um excelente escultor suíço; a fescultura na foto da Tati é dele) e o maior acervo de Munch fora do Noruega (pena que "O Grito" está lá na Escandinávia). No entanto, após realmente vermos estas obras e adorarmos, ficamos embasbacados com o acervo do museu: Cézanne, Renoir, Degas, Pissarro, Gauguin, Picasso, Miró, Matisse, Kandinsky, Dalí entre outros...mas o ponte forte foi mesmo descobrir lá vários Van Goghs, dentre eles o auto-retrato sem orelha. Ainda por cima tinha uma sala deslumbrante só com ninféias de Monet e esculturas de Rodin. Pena que não deu pra ver a parte da arte feita antes do século XIX pois já estava na hora de ir embora...numa corrida rápida vimos que tinha Fra Angelico, El Greco e outros.

Na ida e na volta pra Suíça passamos de trem pela cidade francófona de Neuchatel. Linda! Dá vontade de ir lá. Também tem um lago, castelos e um ar medieval.

Bom, acabou a recapitulação da viagem!
Quanto a hoje - nada demais: estudamos o dia todo.

domingo, 17 de junho de 2007

Duas experiências sublimes





Antes de tudo, queremos agradecer ao nosso amigo Guilherme Reis que está no Brasil, mas nem parece. Sempre nos escreve alguma coisa no blog e ainda por cima, conversamos e matamos um pouco das saudades no Skype. Abração, amigo!
Este mesmo Guilherme me lembrou de algo de que eu não tinha me dado conta: A cidade de Wegis, na Suíça, é aquela mesma em que nossa seleção ficou concentrada antes da última copa do mundo...ou seja, não nos trás boas lembranças...
...MAS, no meu caso e no da Tati (e acredito que no do Felipe) a coisa se inverteu. Tempos excelentes lembranças de lá.
Recapitulação de hoje da viagem da Suíça: Wegis.
Eu, tati e Felipe chegamos nesta pequenina cidade encrustrada entre um belo lago e os Alpes de barco. No caminho já vimos belas vistas dos Alpes, castelinhos, casas maravilhosas à beira do lago, vilas, vaquinhas com sininhos no pescoço e Lucerna lá longe.

Quanto à cidade em si, não tenho muito a dizer, a não ser que parece ser rica e calma. Lá comemos num restaurante espanhol lulas a milanesa e bebemos cerveja da Basiléia. Logo pegamos um bondinho para o topo de um dos Alpes chamado Rigi.
A subida é sensacional mas os medrosos Felipe e Tatiana se apavoraram porque o bondinho balança.......mas não cai. Lá em cima tivemos um dos momentos mais sublimes de nossa viagem: A vista é um espetáculo. O céu abriu e vimos os Alpes, as florestas, o lago inteiro, as vilas e cidades ao longe...maravilhoso. Ainda deu tempo pra passear um pouquinho por entre a mata local e descemos de volta pra Lucerna.

A recapitulação se encerra por hoje (amanhã tem Zurique) porque temos de contar o que fizemos hoje:

Fomos à Chartres e, é claro, vimos a catedral - É unânime: Eu, Tatiana, Guilherme (desta vez, o daqui, Pineschi), Patricia, Leonard e Hervé consideramos a mais bonita que já vimos em toda nossas vidas somadas. Notre Dame de Paris é pinto. Foi também uma experiência sublime, Tati ficou até emocionada.
O tamanho dela é monumental, os vitrais abundantes, lindos e únicos e o interior dá uma paz impressionante. Ainda por cima, como é domingo, assistimos a uma missa com órgão e cantada.

Depois de almoçarmos tivemos a péssima surpresa de nos depararmos com um toró. Passeamos um pouco pela pequena cidade que mantém suas características medievais e camponesas. Simples, casas antigas, riozinho com ponte de pedra, quase ninguém na rua. Parece a vila do Asterix!

As fotos de Wegis já estão no fotolog, bem como da festa junina de ontem. Chartres vai ter de esperar por amanhã.