sexta-feira, 22 de junho de 2007

Psicanálise e psiquiatria




Vejam a primeira foto acima! Que noite fez no solstício de verão!

Hoje estudei o dia todo e no fim de tarde fui para o grupo de conversação de francês. Hoje a professora era outra, mais fraca que o de ontem, que era ótimo.
A turma de hoje tem em comum o mesmo japonês e a mesma coreana de ontem. Ele está ficando meu amigo. Além deles, estavam uma tcheca com jeito de imbecil, uma búlgara da pá virada que saiu no meio do grupo e uma iraniana muito gente boa. Não parece em nada com a imagem que temos dos iranianos - não usa véu, é vaidosa, arrumada, muito bonita, simpática, fala francês fluentemente e indistinguível de uma européia. Para quem não sabe, os iranianos não são árabes, são persas, povo de fisionomia igual a de um europeu.

A professora era inconveniente, eurocêntrica e narcisista. Chegou a dizer pra iraniana que, agora que ela está na França, está "livre" pois as mulheres são muito oprimidas no Irã. Depois me disse que não entendia porque eu estudava psicanálise no doutorado pois seu marido é psicanalista e lhe disse que psicanálise não se transmite na universidade. Eu tive de dizer à pentelha que não estou fazendso formação psicanalítica na universidade e sim uma tese de doutorado, minha formação é na minha análise, na minha supervisão e no EBEP...ela arrota saber, entenderam?

Depois me vinguei quando a pentelha me censurou por eu falar que aqueles que foram internados nos hospícios do século XIX eram os loucos. Ela disse que não se pode dizer "louco" e sim "doente mental". Aí veio minha vingança falando a ela das mazelas de se tomar um louco como um doente, cuspi Foucault na cara dela e fui pra galera!!! Goooooool!!!!

A Tati esteve desde cedo no subúrbio de Paris (banlieue, como eles dizem). Ela foi a um seminário de vários psicanalistas sobre "O ato e a passagem ao ato" no hospital Ville Evrard (da foto acima). Tati foi ciceroneada por Jean-Jacques Tyszler. Ela disse que o lugar é enorme, parece um condomínio fechado, com cabeleireiro, café e restaurante. Ela gostou muito e semana que vem volta lá pra visitar o serviço de psiquiatria de adultos. Passou o dia lá, só chegou no fim da tarde.

Foi uma aventura pra Tati conseguir chegar lá (pois nunca pegamos os trens suburbanos) e falar e escutar francês durante o dia todo. Mas é assim que se aprende!

Um comentário:

Guilherme Simões Reis disse...

Pelo que eu ouvi dizer, é mesmo comum mulheres iranianas terem acesso à educação e não serem reprimidas...


Bem, e parece que você e a Tati estão se dando bem é com os japoneses aí na França, hein? Hehehehe...

Abração.