sábado, 26 de maio de 2007

O sorveteiro intelectual



Ontem, tarde da noite, nos reunimos com nossos amigos daqui do quinto andar da Casa do Brasil e ficamos batendo papo, rindo à bessa, experimentando vinho, um genérico de Coca-cola e comendo bolo de chocolate. Foi muito divertido, a hora passou e nem percebemos. Fomnos dormir às 3 da matina.

Por conta disso, hoje acordamos ao meio-dia e meia. Tomamos café-almoço e fomos passear no parque Montsouris, em frente à Cité. Já tínhamos ido lá, mas a Tati tinha uma reunião importante hoje às 17:00 hs. Deste modo, não tínhamos tempo pra passear em algum lugar mais longe. Foi ótimo. O parque estava cheio de passarinhos, patos, gansos, garças, frangos d'água, pombos, corvos (estes dois últimos têm em toda Paris) e outras aves. A foto da Tati acima é neste parque.

De quebra, fizemos amizade com um sorveteiro (o da foto acima - as outras do parque estão no nosso fotolog pedroetatiemparis.gigafoto.com.br). Quando soube que somos brasileiros, nos contou que vem ao Brasil todo ano e desatou a conversar conosco em português. Vejam a diferença da educação na França pra brasileira: O sorveteiro pediu-nos pra lhe explicar porque o Real é uma moeda forte. Ele dise que viu no noticiário que o Real está entre as mais fortes, acima do dólar americano. Claro que não sei responder. Depois ele passou para a política, discutiu política internacional e se mostrou muito culto quanto à nossa história brasileira; p.e.: Quando lhe falei de algo em torno de 1992, ele acrescentou "Ah, na época do Fernando Collor".

Às 16:00 hs a Tati saiu e foi ao encontro de uma psicanalista brasileira que mora aqui e faz parte da mesma instituição que ela. Foi um ótimo encontro e ela organizou algumas atividades por aqui.

Enquanto isso, saí tirando fotos da Cité, visitei o estádio de futebol que tem aqui do lado e onde estava acontecendo uma feira de livros e bujingangas. Bem interessante.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Esse trem não anda...


Informação relevante: Eu não sabia e talvez alguns leitores também não saibam, mas se você clicar nas fotos do blog, as verá em tamanho maior. Hoje deixamos aqui uma foto da feiosa Ópera da Bastilha.


Hoje tivemos uma greve nos RER - uma espécie de metrô rápido em oposição ao metrô propriamente dito, que é parador.

As greves aqui não são totais. Alguns trens param na estação e não saem de lá por um tempão. Isto é a greve deles. Que, cá entre nós, não é tão diferente do funcionamento normal já que ultimamente a gente está tendo que sair do trem várias vezes e pegar outro porque "houve um acidente na linha" ou " bla bla bla" (a francesa falou e não entendemos) ou "houve problemas operacionais".


Semana passada tivemos greve do correio. O mesmo: alguns postos estavam fechados, não todos. Ah, e o correio atrasou um dia.

A greve é uma instituição na França. Todo dia tem alguma categoria profissional em greve. Por que? Porque eles têm esse direito.


Hoje fiquei estudando, fui à biblioteca da Cité e depois ao Espace Langues, lá dentro mesmo, treinar meu francês. Tati foi para seu curso.

À noite iríamos numa apresentação de Jazz no bairro de Saint German de Près, mas caiu uma tempestade com mil raios e trovões bem na hora de sair. Nenhum ser humano sensato iria - e naquele momento fomos sensatos. Não fomos.


p.s.1: Ah, já ia me esquecendo. Ontem de madrugada compramos, pela internet, ingressos para um concerto na Ópera da Bastilha (aquela que eu disse que é horrenda). Se você compra com antecedência, paga muito menos. Assim, vamos no dia 27 de JUNHO assistir a um concerto - o programa é: Schubert (sinfonia inacabada) + Mahler (Kindertotenlieder) + Mozart (sinfonia #40).


p.s.2: Postamos mais fotos no fotolog pedroetatiemparis.gigafoto.com.br !


quinta-feira, 24 de maio de 2007

O futuro é aqui e agora!




Apesar de estarmos em plena quinta-feira, não resistimos! Estamos tão empolgados com a máquina que tomamos o dia inteiro para passeios fotografados - coisa ainda inédita nesta viagem.
Escolhemos visitar o bairro do futuro, da arquitetura moderna, dos prédios comerciais e de escritórios - La Defense. Nada lá é comum. Todos os prédios têm algo de interessante, há esculturas de Calder, Miró e outros no meio da rua, as praças, as fontes - tudo é projetado de modo criativo pelos vários arquitetos e urbanistas que deram um toque no lugar. Adoramos.
Lá se encontra o Grand Arche, que segue numa linha reta imaginária o Arco do Triunfo, de modo que encontramos uma perspectiva incrível. A linha reta sai do Grand Arche,´continua no boulevard Grand Armée, encontra o Arco do Triunfo, segue toda a Champs Elysées, passa pela Place de la Concorde, pelo Arco do Carrossel e termina no Louvre. Sensacional.

O solão ajudou nas fotos, que ficaram ótimas. E também na nossa cor - estamos queimados! Tati pode usar sandália e saia; eu, bermuda, ah, que bom.

Pegamos o metrô, saltamos no Louvre e passeamos pelo Arco do Carrossel e pelo jardim das Tulherias. Claro - tudo registrado em fotos. Alguma coisa já está no fotolog http://pedroetatiemparis.gigafoto.com.br , outras serão publicadas em breve. Nele há um limite de 10 fotos por dia.

Pontos negativos de hoje: 1 -Em pleno labirinto de plantas das Tulherias tinha um cara se picando, muito lixo no chão e um cocô frequinho com moscas...talvez humano...
2 - Na estações de metrô têm muitas pixações...até aí já sabíamos. O que nos chocou hoje foi o pixador, no meio da estação cheia, não se inibir e pixar os muros ali do meu lado e da galera toda.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

CHEGOU A MÁQUINA FOTOGRÁFICA!


É, chegou mesmo! Finalmente! Esse aí sou eu em frente à Casa do Brasil. As duas janelas no último andar à esquerda são nosso quarto.
Passamos o fim do dia todo aprendendo a usar a máquina.

Mas, outras coisas aconteceram hoje.

De manhã, tive uma segunda dose de Judith Butler. E ainda melhor. Dessa vez tive a companhia da Tati e também da Cláudia, uma amiga e colega de doutorado que está também aqui fazendo seu "sanduíche". Foi ótimo encontrá-la. Pena que vai embora em junho.

À tarde, a Tati foi pro curso de francês e agora já é possível uma conversa com uma japonesa em francês; algo bem pós-moderno.
Eu iria pra casa aprender a usar a máquina. MAS esqueci minha chave lá dentro. Enquanto a Tati não voltava fui pra biblioteca da Cité.

Lá descobri o Espace Langues - onde a gente tem disponível um arsenal de métodos para aprender línguas sozinho no computador. Desde o francês, inglês e espanhol até o banto, o vietnamita, o búlgaro e outras línguas exóticas.

As fotos estarão disponíveis no seguinte fotolog...anota aí pessoal: http://pedroetatiemparis.gigafoto.com.br/

terça-feira, 22 de maio de 2007

Fragâncias de Paris

Depois de 18 dias em Paris, somente hoje resolvemos encarar os ônibus. Até então nos deslocamos por metrô. Por que a mudança? Estamos um pouco cansados com o bafo quente, o amontoado de gente, uns caras meio sinistros e principalmente os odores diversos oriundos de tipos bem diferentes: indianos, africanos, europeus em geral, mas os franceses são HORS CONCURS - CC, futum, pum e outros cheiros degradantes.

Às vezes sentimos também cheiro de perfume francês.

De ônibus fomos até o bairro 'trash' de Pigalle - a Prado Junior de Paris. Só tem inferninho. Dali subimos para a famosa colina e bairro de Montmartre. No caminho vimos a polícia dando uma dura nuns malandros - igualzinho ao Rio.

Lá em cima vimos uma bela vista de Paris - mas as árvores não permitem vermos o símbolo da cidade, a torre Eiffel. A Tati se surpreendeu com a supostamente feia basílica de Sacre Coeur. Achava feia até revisitá-la. Mudou de opinião.
Quando ela veio à Paris foi num inverno. Montmartre era um deserto. Agora é diferente. Ela adorou, assim como eu. É um bairro cheio de vida, com artistas de rua (pintores, mímicos e músicos), arborizado (lá tem um vinhedo!), ladeiras, casas bacanas - é a Santa Teresa de Paris. Montmartre é tradicionalmente um bairro de artistas boêmios - aqui viveram Picasso, Toulose-Lautrec, Modigliani dentre outros. Visitamos "Au Lapin Agile", cabaré favorito de Picasso, o "Moulin de la Galette" pintado por Renoir e o famoso "Moulin Rouge", favorito de Toulose-Lautrec. O último é hoje uma casa de shows tipo Scala ou Plataforma. "A história se repete como farsa".

À tarde, Tatiana encontrou-se com um psicólogo brasileiro que talvez consiga pra ela um estágio com álcool e drogas.
Eu fui assistir à uma palestra da famosa pensadora americana Judith Butler. Foi na Sorbonne. Entrei lá pela primeira vez, é muito bonito. Os estudantes parisienses são muito doidos - muitos punks. Agora, é tão zoneada quanto nossas universidades. A palestra foi agendada para uma sala onde estava havendo uma prova. Por isso, tivemos de esperar até o último aluno terminar a prova. Um atraso!

p.s.: Ainda sobre odores - O encarregado pelo setor de refrigerantes e sucos do supermercado onde fazemos compras tem um CC tão poderoso que a gente não consegue ficar ali. Pegamos o suco e a Coca e damos no pé.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Compêndio de grosserias

De manhã, Tati foi ao consulado do Brasil (na beira do Sena - é a gente que paga isso!) para resolver pendências burocráticas. Curiosidade: descobriu lá uma máquina que vende Guaraná Antártica!

Eu também resolvi as minhas, só que num lugar menos emocionante: num banco, na Cité. Aqui na Cité presenciei atores vestidos à la anos 40, a casa do Reino Unido maquiada para parecer outro lugar (tinha até aquelas cabines telefônicas inglesas, só que postiças). Era uma filmagem...e parecia ser de uma grande produção; tinha até máquina de neve. Tentei achar algum artista famoso, mas foi em vão.

A Tati desinibiu e agora anda fazendo o nosso almoço - hoje foi uma macarronada ótima! Depois, como de praxe, já que o dia vai até altas horas, fomos passear. Porém, antes TENTAMOS, eu disse TENTAMOS ir à Biblioteca Nacional. Daqui à pouco conto o que houve. Antes vamos ao pesseio.

Visitamos o Palais Royal, o prédio da bolsa de valores e depois fomos para a praça da Bastilha.
Ali, no passado, erguia-se a famosa Bastilha - prisão de inimigos políticos do Antigo Regime. Hoje, há uma coluna com um anjo dourado no cume. É bonita. O que não é bonito é o entorno: pixado, sujo, com uns vagabundos e com a feiosa Ópera da Bastilha - uma obra arquitetônica horrenda. Andamos um pouquinho mais e visitamos a famosa Place des Voges, uma praça renascentista (onde morou Vitor Hugo) repleta de galerias de arte e cafés e freqüentada por crianças, pais e babás. Confesso que esperava mais da praça.
Tati tem notado que vê-se muito mais crianças com o pai do que com a mãe - bem diferente do Brasil.

À noite fui ao seminário do psicanalista Paul-Laurent Assoun - quem é psicanalista sabe quem é. Foi muito interessante.

Agora, vamos ao assunto postergado e que dá título ao texto de hoje: TENTEI entrar na Biblioteca Nacional pois tomei uma patada do recepcionista que exigia que eu dissesse que texto quero estudar. O problema não foi o que disse, mas o modo - muito grosso.
Esta é uma boa oportunidade para lhes dizer que isso é bem comum aqui em Paris.
Compêndio de grosserias:

1) A dita acima.
2) Fui esculhambado pela administradora da biblioteca da Cité quando lhe informei que não conseguia acessar meus e-mails. Deu uma patada e disse que nada podia fazer. O que será que as bibliotecas têm contra a minha pessoa?
3) A chefona da Prefecture de Police berrava expulsando um chinês porque ele entrou no horário errado. Ao mesmo tempo era doce comigo e Tati.
4) O taxista que nos trouxe pra Cité no primeiro dia. Vejam o arquivo.
5) Um cara empurrou a Tatiana na rua porque ela estava na sua frente.

Gente, só estamos aqui fazem 17 dias. Ou seja, mais ou menos a cada 3 dias, uma grosseria!!!!

domingo, 20 de maio de 2007

Tempo ruim

Este domingo teve de ser mais tranqüilo pois ontem foi muito puxado. Uma meia da Tatiana furou de tanto andarmos.

O tempo também ajudou na manifestação duma enooorme preguiça - está frio e chovendo o dia todo.

Já tínhamos combinado de voltar à Madeleine hoje às 16:00 hs e assistir a um concerto do coro de Kaarst (Alemanha) cantando o Requiem de Fauré com acompanhamento de orquestra e órgão. Fomos. A entrada era livre. Quem disse que os franceses são educados? Atrás de mim, um velho fazia aquele barulho horrível de chupar os dentes, várias pessoas esqueceram os celulares que tocaram durante o concerto. Pra piorar, à nossa frente sentou um casal de adolescentes que conversava sem o menor interesse no concerto.

Justiça seja feita: Não dava pra gostar muito do concerto mesmo, foi bem fraco. E o meu tempo ficou ruim também. O mau-humor piorou ainda mais porque a chuva aumentou e não dava pra passear.

Voltamos pra casa, descobrimos uma máquina de chocolate-quente, que melhorou o meu humor. E graças à chuva...foi só isso hoje. O resto é estudos, coisas que não são muito emocionantes.