O paciente inglês

As duas fotos são encalhadas de Roma: São da praça do Campidoglio, toda projetada por Miquelângelo. Linda. Sensacional.

Hoje assisti a uma conferência, no Espace Analytique, do antropólogo inglês Jack Goodie sobre "A violência da escritura". Muito interessante. Agora, preciso dizer que o cara é "os córneos" do Velho Rato Podre e todo descabelado; ainda por cima fala sem quase levantar a cabeça, os olhos meio fechados, um sotaque brabo de inglês misturado com dificuldades de dentadura - seu francês tava difícil de entender! Explica-se: O cara é muito velho. Pra vocês terem uma idéia, ele lutou na Segunda Guerra Mundial! Aliás, foi capturado pelos alemães no Egito e ficou cativo por algum tempo na Alemanha. Hoje parece um velhinho meio demenciado, um paciente psiquiátrico...mas sua conferência foi bem interessante.

Tati terminou de arrumar nossas malas. Eu a chamei para passear um pouco, mas lhe bateu uma preguicinha. Eu queria aproveitar o bom tempo que fez hoje, mas ficamos por aqui mesmo.

Foi bom pois conversamos no Skype com Camilo, nosso amigo que chega nesta quarta e com Théo, padrasto da Tati, foi ótimo.

De noite fomos com nossos amigos do quinto andar a um bar chamado "Blue Note" onde toca um conjunto de música brasileira. Adoramos. Dançamos pra caramba tanto samba quanto forró e voltamos tardão todos suados. Espero não pegar uma gripe.

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Au revoir

Hoje choveu o dia todo!!!!!! Impressionante.

Peguei com Eduardo a programação da Paris VII e está bem legal.

Fora isso, o dia foi de despedidas:

Nos despedimos de nossos amigos italianos e alemã que voltam para suas terras neste fim de semana. Além dessa despedida, hoje foi a despedida de Priscila, Alzenir e Irene, do nosso andar, para o Brasil e de nós dois para a Casa da Itália.

Fizemos uma festinha no nosso andar. Foi animada e até toquei violão, com cordas pra destro mesmo - sou canhoto. Fizemos um "queijos e vinhos" delicioso. Na primeira foto, Pedro está com nosso amigo Genylton e na segunda Tatiana junto de vários amigos.

Quase sempre que alguém vai embora, não tem como levar tudo e acaba deixando algumas coisas. Desta vez, Alzenir e Irene deixaram algumas coisas interessantes...nós pegamos algumas, entre elas, uma impressora, que tal????

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Samba em Paris

Esta que está na segunda foto conosco é nossa amiga Priscila, daqui do quinto andar da Casa do Brasil. Pra quem não sabe, o prédio feio ao fundo é a Casa do Brasil. A foto foi tirada por meu irmão Felipe, quando veio aqui no fim do mês passado - como vocês vêem pelas roupas, a temperatura ainda estava agradável.

A Priscila volta pro Brasil segunda-feira. Amanhã será sua despedida.

A primeira foto é da igreja de Saint Germain l'Auxerrois, em frente ao Louvre, na qual entramos na semana passada com Guilherme e Patricia. Faltou publicar a foto. Agora está feito.

Hoje, mais frio (10 graus de dia!) e desta vez é a Tati que tá meio gripada.

Ficou em casa e eu fui lavar e secar as roupas no porão - é o trabalho chato, mas indispensável de nossa rotina. Pra vocês terem uma idéia, pra lavar e secar, perde-se no mínimo 1:30 hs. Isso sem passar a roupa. Quando temos de passar, bota mais uma hora aí!

Fora isso, não fizemos mais nada de muito relevante, quer dizer, a Tati e o pessoal do andar teve algumas lições de samba porque a nossa vizinha Nashira sabe dançar muito bem e quer passar o know-how adiante.

Precisou ir pra França pra aprender a sambar!

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

A OUTRA Paris

As duas fotos são da Ópera de Paris, não a da Bastilha não, mas o Palácio Garnier, que inspirou a construção de nosso Teatro Municipal. É linda. Essas fotos foram tiradas há alguns dias e chega no blog atrasada mesmo.

Hoje fez uma temperatura mediana, mas, agora, à noite, tá muito, mas MUITO frio, tô batendo o queixo!

Se o verão foi frio, imaginem o outono!

Fomos, eu e Eduardo, até o seminário de nosso orientador, Alain Vanier, marcado para as três horas, no Campus novo da Paris VII...o Campus fica na pior parte de Paris - perto da Gare du Nord (uma estação de trens). Para os leitores brasileiros terem alguma noção de como são essas bandas da cidade - Sabe aquela Nova York que aparece no filme "Taxi Driver" (1976) de Scorsese? É aquilo, sem exagero. Para quem não viu o filme...imagine-se no Estácio ou na Leopoldina. É o lugar mais barra pesada de Paris - ou seja, não se compara aos lugares muito brabos do Rio, mas ainda assim é horrível; ainda mais pra uma cidade onde quase tudo é bonito, limpo e civilizado.

Pra piorar, chegamos lá na universidade e, ou eu entendi errado ou meu orientador me deu a informação errada, pois não tinha coisíssima nenhuma acontecendo lá.

Cheguei em casa e deixei um recado em sua secretária eletrônica e Eduardo lhe mandou um e-mail. Ele respondeu o e-mail dando um novo endereço, mas não o horário...

Espero que ele me responda amanhã.

Tati saiu de manhã cedo e voltou pro almoço e agora à noite saiu novamente. De manhã foi conversar com um psicólogo responsável pelo "Trait d'Union" de que já falamos em outra postagem - uma instituição que, além de ambulatório, também tem como função, entre outras, reinserir na sociedade os usuários de drogas que cometeram crimes. Ela foi lá participar de um trabalho de prevenção com adolescentes. Talvez consiga um estágio lá em novembro; por ora foi fazer uma visita.

À noite visitou uma instituição dirigida por uma brasileira há 20 anos num outro bairro barra-pesada, também focada na redução de danos causados pelas drogas.

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Outono e melancolia

Já não faz mais aquele calor do verão. As árvores já estão avermelhando ou amarelando, muitas folhas no chão - O outono chegou com pontualidade inglesa, como se pode ver nas heras da Casa dos Estudantes de Agricultura da Cité (terceira foto). Como fez sol, decidimos ir estudar no parque Montsouris e pegar uma cor já que os dias de calor estão contados.

Hoje me reuni com meu orientador, Alain Vanier, para me informar sobre "o que está acontecendo" em Paris, no que se refere à psicanálise. Foi ótima a reunião.

À noite, eu e Tati fomos a uma conferência da psicanalista Marie-Claude Lambotte sobre "Melancolia e depressão", um dos meus autores preferidos. O chato foi que o psicanalista Philipe Julien tomou a palavra e não largou mais. Ele falou mais tempo que Lambotte. Não aguentamos e fomos embora.

Agora, vamos para a recapitulação da primeira metade do último dia de nossa viagem à Itália. A segunda metade já contamos no dia 15 de setembro.

Dia 14 de setembro - Pádova.

Acordamos em Cittadella e fomos passar a manhã em Pádova. Deu pra ver pouco, mas conhecemos alguns prédios históricos, a Universidade (primeira foto), que é a segunda mais antiga do mundo, e fomos também à Capella dos Scrovegni. Esta capela tem afrescos de Giotto por todas as suas paredes e teto (segunda foto), tal como Miquelângelo fez com a Capela Sistina, porém Giotto fez séculos antes esta obra, que é considerada sua obra-prima. E é mesmo linda.

De resto, passamos o dia viajando de Pádova pra Roma (de trem) e de Roma pra Paris (de avião). E aqui termina nosso relato da viagem.

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Parentes Distantes

Hoje é a Tati que está escrevendo pois o Pedro está cansado... fomos a uma festa de aniversário de um amigo mexicano que frequenta o grupo de conversação. E como vocês podem imaginar o pessoal da casa do méxico é muito animado (última foto). Teve salsa, comida típica e muito vinho. Nos divertimos bastante e o Pedro está cansado por isso!

Mais cedo, experimentamos fazer compras em um supermercado mais barato, e o Pedro odiou o lugar. Depois assistimos uma apresentação na própria Cité Universitaire sobre o uso de Crack. Foi interessante ouvir pessoas que trabalham neste campo que vieram da Inglaterra, Alemanha, Martinica e França.

Retrospectiva do dia 13 de setembro- viagem à Itália - Cittadella.

Saímos de Veneza pela manhã e fomos até Padova para pegar um ônibus de lá, para Cittadella. Pedro estava ansioso para conhecer "os Cattapans". Quando chegamos lá, deixamos a mala no hotel - por sinal, o melhor que ficamos- e fomos logo até a loja da família. Estava fechada!! Não acreditamos... andamos pela cidadezinha, que se mantém cercada por uma muralha medieval até hoje (primeira foto). Mais tarde os encontramos no ponto mais central do vilarejo: a loja dos Cattapans.

Conhecemos o primo de segundo grau do Pedro: o Matteo e sua esposa (segunda foto). Fomos até a casa de seus pais e conversamos um pouco. Porém, logo fomos levados para conhecer o ponto mais turístico de Cittadella, a muralha. Adoramos andar por cima dela e ter a vista da cidade, mas ao mesmo tempo, ficamos com a impressão de que os familiares não estavam tão dispostos de estar conosco. Essa impressão foi confirmada mais tarde quando os convidamos para um café após o expediente e eles disseram "deixa para outra vez". Ficamos um pouco desapontados por ter viajado tanto para estar ali e eles não terem nenhum interesse por nos conhecer um pouquinho mais. Acho também que estavam um pouco triste, com um clima desanimado, pois os pais do Matteo estão doentes e já são velhinhos...

Mesmo assim, pudemos pensar em como era a vida alí no tempo do vovô Romano (avô do Pedro) e como é ainda hoje em dia. Ficamos impressionados, pois apesar de cidadezinha existem várias lojas ultra- chiques, de griffe e tudo. Entramos na igreja da praça principal e ficamos até inibidos porque fazia um silêncio sepulcral e só havia freiras rezando.

À noite, comi a melhor pizza da Itália! E ainda pudemos aproveitar bem o hotel para descansar...Bjs Tati, com participação especial hoje.

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Entrei de gaiato no navio...

Hoje sim fomos passear com Guilherme e Patricia.
Fomos juntos andar à beira do Sena. Aproveitamos para visitar a igreja de Saint Germain l'Auxerrois, em frente ao Louvre, que só conhecíamos por fora. Depois ficamos um pouco pelas pirâmides do Louvre que são um barato (primeira foto).

À noite, aproveitamos a promoção de cinema de hoje - duas entradas por uma! - e assistimos ao novo filme de Michael Moore, "Sicko". Como sempre, panfletário e um pouco demagógico, mas necessário, muito bom!

Recapitulação do dia 12 de setembro; viagem à Itália. Terceiro dia em Veneza.

Neste dia resolvemos pegar o vaporetto que passa por todo o Canal Grande para ver a cidade de um ângulo privilegiado. Amamos: Lindos palácios (última foto) e igrejas, um atrás do outro. Claro que, como já contamos, tudo sem pagar o vaporetto, calotando, pois é muito caro - 6 euros uma simples passagem.

Depois almoçamos num café ao lado do Jardim da Bienal, onde ocorre a famosa Bienal de Artes Plásticas. Dali decidimos pegar mais um vaporetto pra conhecer a ilha de Murano, famosa pelos tradicionais sopradores de vidro...

...só que no trajeto, um funcionário pediu os bilhetes. Eu disse que não tinha e ele me cobrou uma multa de 30 euros! Eu tinha uma not de 50 e paguei a multa, mas tinha medo dele pegar a Tati...e aí não teríamos dinheiro pra pagar a multa dela. Assim, fiquei tentando enrolar o cara e segurá-lo. Como quem não quer nada, lhe perguntei quanto tempo faltava pra chegar em Murano. Quando ele respondeu 20 minutos, me dei conta de que não conseguiria enrolá-lo por muito mais tempo. Enquanto o carinha preenchia minha multa eu tentava através de sinais fazer a Tati entender que ela tinha de sair de perto de mim pois ele ainda não sabia que ela estava comigo. O problema foi que ela não entendeu. E quando o cara me pediu meu endereço, eu, nervoso, não lembrei. Tati não pensou duas vezes e disse pro cara. AHHHH!!!! Só aí ela conseguiu ler em meus lábios um "sai daqui!"...já era tarde.

Na primeira parada do vaporetto saí rápido dizendo "Vem Tati!", saí mos e descobrimos que....saímos na única parada onde não se pode sair do cais porque é área militar e só militares são autorizados a ir lá. Decidi, depois do susto, que pagaríamos todos os outros vaporettos. Com o stress desisti da idéia de ir a Murano e voltamos pro Lido, onde está nosso hotel. Mesmo pagando a partir daí, lucramos 40 euros de vaporetto!!

No Lido fomos visitar o bairro dos pescadores de Malamocco, primeiro povoado de Veneza até que um maremoto obrigasse a população ocupar as outras ilhas. Tempos remotos, hoje é tudo tranquilo. Lá vimos um dos mais belos pôres do sol de nossas vidas (segunda foto).

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br