quarta-feira, 6 de junho de 2007

Fim do curso




Hoje acordei com um início de resfriado...um saco! Na véspera da viagem!
Aproveitamos o dia bonito e quente e fomos pegar um solzinho no parque (deu até pra usar havaianas), depois fui comprar francos suíços e a Tati foi pro curso de Francês.

Foi o último dia do curso. Ela adorou o curso, fez amizade com a japonesa que tem um nome impossível de pronunciar e combinaram de se encontrarem mais vezes. Também trocou e-mails com a professora, que mora perto da gente. Aproveitou o dia pra tirar fotos lá. Na foto acima estão, da esquerda pra direita: A colega mexicana, a professora, Tati e sua nova amiga japonesa.
Já saiu com o diploma de conclusão do curso.

Hoje à noite terá uma mariscada organizada pelos moradores de nosso andar, a Tati vai, eu não, pois vou às 21:15 hs no Espace Analytique (a instituição de que faço parte) assistir a um debate entre Anne Akoun, Chantal Talagrand e o famoso pensador René Major sobre seu livro "Freud". Parece que a discussão será em torno das interfaces entre psicanálise e política.
Como vou chegar tarde e teremos de acordar às 5:45 hs da manhã pra pegar nosso trem pra Suíça, estou escrevendo mais cedo hoje.

Pois é, amanhã tomamos um TGV (train de grande vitesse, o trem bala daqui) para Berna, Suíça, onde mora meu irmão. Lá encontraremos também meus tios que moram na Alemanha para o aniversário de meu sobrinho Gustav e para uma cerimônia na universidade de minha cunhada Katja.

AVISO: Lá estaremos sem internet e só voltamos na terça que vem. Sendo assim, o blog vai ficar um pouco desatusalizado, mas depois a gente conta tudo!
Abraços!

fotos em http://pedroetatiemparis.com.br

terça-feira, 5 de junho de 2007

Zu iú izic Inglich?




A segunda foto, da Tati com um canhão nos Invalides, é uma foto encalhada. Bom, geralmente os canhões são encalhados...o trocadilho era inevitável. A primeira é uma encenação de Édipo e a Esfinge em Fontainebleau que se encaixa bem num dia de atividades psicanalíticas.

Ontem não comentamos, mas fizemos 1 mês aqui. Droga! Agora só faltam 7 e meio.

Pela terceira vez (e última) tivemos a oportunidade de escutar a filósofa americana Judith Butler em sua "tournée" por Paris. De quebra escutei também a psicanalista Monique David-Ménard que recebeu a primeira em seu seminário na Universidade de Paris VII, a que estou inscrito.
Pena que desta vez não foi tão interessante, mas sempre vale escutá-la. Lá, eu e Tati reeencontramos Cláudia, minha amiga de EBEP e de doutorado, e combinamos que na semana que vem vamos na rue Mouffetard juntos.

No fim do dia fomos para o Espace Langues da biblioteca da Cité afiar nosso francês e à noite fizemos nossas malas pois depois de amanhã vamos pra Suíça visitar meu irmão, conhecer nosso sobrinho em seu aniversário e prestigiar minha cunhada numa apresentação importante na universidade...e claro, faremos também algum turismo.

Aproveito hoje, que não tem muitas histórias (finalmente!) para comentar como a língua francesa é difícil de dominar e entender, principalmente porque não temos as tantas oportunidades de usá-la que pensávamos. Claro que estamos falando muito melhor do que estávamos no Brasil, mas muito pior do que imaginávamos estar agora. Ao contrário do que se diz dos franceses, assim que percebem que somos estrangeiros, perguntam se preferimos falar em inglês. Isso é ruim por 2 motivos:
1) Perdemos uma oportunidade de treinar nosso francês.
2) O inglês deles é horrível - "Zu iú izic Ínglich?".
Pra piorar, Paris é uma Babel. Aqui tem gente do mundo todo e às pampas. Tem vietnamita, japonês, chinês, indiano, árabe, africanos das ex-colônias francesas, das ex-colônias portuguesas, russo, alemão, espanhol, italiano, português, inglês, americano, pessoal das Antilhas, argentino , brasileiro, brasileiro, brasileiro e brasileiro. Sim, tem muito brasileiro! No metrô, às vezes, não se ouve o francês, só outras línguas...e volta e meia o português.

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Cada dia uma aventura


Hoje eu e Tati achávamos que o dia não daria muito o que contar neste blog, mas Paris é mais surpreendente do que pensamos.

De manhã e de tarde, normal: Fomos à Place d'Italie, famosa por ter as lojas mais baratas de Paris. A foto na entrada de metrô típica é lá. Compramos umas coisinhas e voltamos a pé pra casa - é perto. Depois fomos ao Espace Langues da biblioteca da Cité estudar francês.

O que houve de insólito ocorreu de noite. Eu fui ao seminário do famoso psicanalista Alain Didier-Weill, que estuda as relações entre psicanálise e arte. O seminário é na rue Mouffetard, conhecida pelo agito noturno. Fui lá pela primeira vez, mas como hoje é segunda, não tinha muito agito. Ainda volto algum fim de semana lá...

Bom, já achei estranho descobrir que o endereço de onde seria o seminário correspondia a um lugar que abriga um teatro e uma pista de boliche! Ao indagar uma senhora, descobri que o meu destino era o teatro. Ao entrar lá, vejo que no palco tinha um cara tocando standards da música americana (p.e.: "Ain't she sweet") e ao seu lado, numa mesa um senhor de echarpe roxa e camisa vermelha, a cara do ator Sérgio Brito, que vim a descobrir que é o Alain Didier-Weill. Surrealismo é pouco. Bom, a aula de hoje era sobre as relações entre os quatro tempos da música e os 4 do sujeito, daí alguma coisa fez sentido. Alain apresentou o pianista como Alberto, um pianista de jazz italiano da Sicília que está em Paris. Lhe perguntaram: Alberto de quê? Didier-Weill respondeu: Só Alberto...vai entender. Teve uma hora em que o psicanalista passou a palavra ao músico lhe pedindo pra explicar algumas coisas sobre o tempo em música. Alberto pediu a Alain que este marcasse o tempo com palmas da mão enquanto ele tocava, mas o psicanalista pagou um mico - errava desastradamente o tempo e uma gorducha da platéia gritava "Alain, não! é assim, ó!". Surreal! Tive de ir embora na hora das perguntas ou eu ficava sem metrô.

Mas a história mais fantástica é a da Tati. Ela mesmo lhes contará:
Enquanto o Pedro estava em uma palestra, eu fui para outra. Saí de casa cedo para chegar na hora, porém estava nervosa pois seria apresentada para dois psicanalistas bam-bam-bans daqui... Na hora que fui colocar o bilhete do metrô no buraquinho, entrou por engano meu numa fenda na máquina... fiquei desesperada, pois tinha hora marcada. Hora de francês! Bom, saí correndo para procurar algum funcionário do metrô e achei 3 policiais. Falei tudo errado mas compreensível sobre o que tinha acontecido, porém enquanto procurávamos a dita cuja (máquina), o policial me cantou convidando para conhecer Paris na sua moto! Achei surreal! Estava com pressa, e falei que tinha marido, que não podia, mas queria sua ajuda quanto ao bilhete... ele o achou para mim, e eu agradeci e sai fora... zarpei logo... dizendo merci beaucoup! Bom, depois não aguentei e contei essa história para a psicanalista que me esperava. Ela riu muito e então fomos jantar... no meio da conversa com o psicanalista bam-bam-bam, ela contou a ele essa história... e adivinha o que aconteceu? Quando estava na palestra dele, no meio de sua fala: "o Outro delirante...", o próprio deu o exemplo do policial se remetendo à "colega brasileira". Não acreditei!!!! Ri muito!

Acessamos agora o fotolog e lá dizia que não tem nenhuma foto minha. Isso é um problema deles, esperamos que temporário pois lá tem muitas fotos - http://pedroetatiemparis.com.br

domingo, 3 de junho de 2007

Obrigado, Maria de Médici







Hoje, como combinamos com nossos amigos Guilherme e Patrícia - que finalmente aparecem em imagem no nosso blog - acordamos cedinho, fomos para a Gare de Lyon (estação de trem) e desembarcamos em Fontainebleau.

Esta cidade, há uma hora de Paris, tem como principal atração turística o Chateau de Fontainebleau, o castelo de veraneio dos reis da frança, assim como Petrópolis para nossos imperadores do Brasil. Fomos direto ao chateau, mas a cidade é charmosinha também.

Como hoje é o primeiro domingo do mês, os museus são gratuitos, e o castelo é um museu.
Ele tem algo em comum com o Louvre, mas tem seu esplendor próprio. É curioso que é mais bonito visto por trás do que pela frente. Seu interior é maravilhoso. Ficamos babando pelas salas construídas no Renascimento, como vocês vêem na primeira foto, a sala das tapeçarias. Aliás, o castelo tal como existe hoje é resultado de uma "renascentimentização" promovida por Maria de Médici, esposa do rei Henri IV. Ela era italiana e trouxe pra Paris um punhado de artistas renascentistas italianos para embelezar a França. Fontainebleau é resultado disso.

Atrás do chateau, há um lago lindo com cisnes, patos e carpas; um jardim francês, fontes, um canal e um jardim inglês (um jardim que finge ser selvagem). Ao lado do castelo, há um enorme parque onde não deu pra ir.
Ficamos também de visitar a floresta de Fontainebleau, pintada tantas vezes pelos realistas e pelos impressionistas. Parece que lá há dólmens do periodo dos gauleses!

Mais uma vez foi ótimo estar com nossos amigos companheiros de aventuras.
fotos: http://pedroetatiemparis.gigafoto.com.br