Prédios incríveis

Dia louco: Solão - Toró - Solão - Toró. Parece verão carioca, mas frio.

Tati foi no hospital Ville Evrard no subúrbio ver uma apresentação de caso e depois foi à clínica La Terrasse participar da oficina de teatro, onde estava, entre outros pacientes, aquele do rato. Todos tinham de fazer um som pra ela - bem coisa de teatro mesmo!

Eu entrei em contato com o Vanier para providenciar a papelada necessária para a CAPES. Vou pegar com ele na segunda-feira, aniversário da Tati!!

Fui acordado pelo alarme de incêndio hoje. Esta joça disparou! Um saco. Ontem já foi outro saco que os limpadores do vidro da janela entraram no meu quarto sem avisar.
Stresses da Cité.

Saí pra passear, mesmo com um toró pra cair. Fui à Avenida Rapp, chique e com belos prédios. O prédio número 29 desta avenida é de estilo Art Nouveau, extravagante é pouco - ganhou o concurso de 1901 de mais bela fachada de Paris (primeira foto).
Dali passei em frente à Torre Eiffel e fui ver os prédios da UNESCO e da Escola Militar.
Me empolguei e atravessei o Sena e fui ver o monumento à Lady Di (feio, na segunda foto) sobre o túnel onde ela morreu.

Ainda deu tempo de subir a avenida Georges V e visitar a Catedral Americana e ver o prédio mais esquisito de Paris, parece estar derretendo, ou visto por alguém que tomou um ácido (última foto).
Vim pra casa, Tati exausta foi dormir; eu, empolgado, fui à Casa da Alemanha assistir ao filme "M" de Fritz Lang, excelente, dei nota 10 no IMDB. No Brasil, este filme ganhou o infeliz subtítulo de "O vampiro de Dusseldorf" - não tem nenhum vampiro no filme, que não é de terror e sim, de humor e policial.

Depois que cheguei, Tati teve a idéia de pedirmos uma pizza a domicílio - depois de quase 8 meses aqui, foi a primeira vez que pedimos pizza em casa, e estav a ótima. Awui, a quatro queijos é Brie, Bleue, Roquefort e Emental, que tal?
fotos: pedroetatiem´paris.gigafoto.com.br

Que fim levou o rato podre?

De manhã, Tati foi de novo na clínica La Terrasse, assistiu e participo de entrevistas com pacientes.
De tarde foi ao hospital Marmottan pegar seu certificado de conclusão do estágio e saiu com Terèse, uma amiga que fez lá, para almoçar num restaurante a convite desta. Comeu coelho com fritas, adorou. Quem diria! Ela que disse que nunca comeria coelho!!

Eu fiquei estudando e conversei com minha mãe no Skype.
A chuva e o vento me deram preguiça de sair.

Tati pegou o ônibus errado pra aula de francês e foi parar em frente à Conciergerie, onde tirou umas fotos (como a primeira) e depois voltou pra casa - matou aula, coisa feia.
Fomos juntos a um concerto aqui na Cité na Casa dos EUA, onde teria um coquetel depois. Esperávamos encontrar lá o Velho Rato Podre, mas ele faltou, será que morreu?
Ao invés dele, encontramos um amigo libanês e fizemos amizade com um cara de Togo.

Quanto ao concerto, foi fraco. A primeira peça era de um compositor contemporâneo - não gostei da peça, mas foi bem executada pela orquestra sob a regência de uma maestra - é a primeira maestrA de que eu já ouvi falar, e é ótima. Depois seria um concerto de Mozart para clarinete e orquestra; acontece que o clarinetista entrou metidão, mas nervoso e na hora de tocar o clarinete broxou. Ele pediu desculpas e tiveram de recomeçar, mas ele tava tão nervoso que tirou toda leveza de Mozart. A terceira peça era um concerto para piano e orquestra de Chopin (segunda foto), foi bem executada, mas o pianista, muito estrela, chamava mais atençao para si que pra música.
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Tensão pré-apresentação

Chegou o dia da apresentação de meu projeto na Paris VII. Passei mal de nervoso de manhã e a Tati, me vendo passar mal, passou mal junto! "Juntos no amor e na doença". O que nos salvou foi o santo McDonald's - vejam o da primeira foto como é chique!
Mas na hora de minha apresentação estávamos os dois bem. Tati foi e assistiu minha apresentação pra me dar uma força.

A apresentação foi boa. O Vanier me deu uma boa orientação, suas críticas eram as previstas dos lacanianos, mas sua contribuição foi boa - me deu boas dicas e chamou atenção para pontos importantes. Pediu para eu continuar minha apresentação na semana que vem!
Depois, uma aluna, Valerie, veio me procurar interessada em minha pesquisa e em trocar idéias. Bem simpática, ela compartilhou algumas criticas às sociedades e à psicanálise na universidade. Gente boa.

Ah, o Vanier trouxe pra aula o assunto da vez: O risco da psicanálise perder seu espaço nas universidades francesas pra TCC. Só se fala nisso! O negócio tá grave: Na Universidade de Paris X foram mandados embora 2 professores psicanalistas e esvaziado um programa de psicanálise. Um desses professores é Olivier Douville que estuda justo a melancolia - meu objeto de estudo - e a quem eu tinha pedido pra participar de seu seminário! Ele é também do Espace Analytique.
Estão até passando um abaixo-assinado em Paris em repúdio a essas medidas; já o assinei.

Depois de minha apresentação viemos pra casa descansar de todo o stress. A Casa da Itàlia está toda enfeitada pro Natal, ficou bonita. Surpresa: Ainda estamos sem internet e não só nós, mas muita gente de nosso andar. Decidi tomar o dia pra lavar e secar roupas e Tati foi tirar um cochilo pra depois ir ao seu curso de francês.

Aproveito o tempo pra ler alguns artigos também. Falando em ler, comecei a ler 'Ulisses' de Joyce em inglês - até aqui estou gostando.
De noite, chamei Hamid, o árabe da internet, que veio no meu quarto e resolveu o problema em um minuto. Em homenagem a ele, publicamos 1 foto de árabes da série Tipos de Paris (segunda foto). Estamos com internet de novo!!!

p.s.: Ontem de noite quis comprar uma Coca na máquina que tem aqui na Maison de l'Italie, mas apertei o botão errado e saiu uma Schweppes de Tangerina!!! Gostei.
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Sem internet, sem aula, sem jazz

Eu sabia! A situaçao voltou a como estava - sem internet de novo.
Milqgres nao existem. É preciso chamar o àrabe.

Por ora, conto o dia:

Fui à Paris VII erroneamente. Me enganei sobre o dia da aula do Christian Hoffman. Mas o encontrei là e ele, sempre muito simpàtico, me explicou meu engano e me convidou para o lqnçamento de seu livro hoje ainda, mais tarde porém.

Aproveitei o tempo ocioso e fui conhecer o famoso College de France, onde Foucault, Lacan e outros figuroes deram aula. O lugar é bonito, mas a programaçao de hoje em dia nada tem a ver com os anos 70: nao tem nada de interessante. A França nao é mais a mesma.

Tati foi pro curso de francês e fui no lançamento do livro apos ensaiar minha apresentaçao do projeto, que serà amanha.
Cheguei là e vi que tinha pouca gente, pareciam muito proximos dele e decidi nao ficar, achei que nao tinha nada a ver. Sai de fininho.

De noite fomos com um amigo que fiz na Paris VII, Pablo - doutorando brasileiro, de Brasilia, da Sophie de Mijolla-Mellor -, sua mulher e sua cunhada num bar onde tyeria um show de jazz. Mas na verdade foi rock. Saimos dali e ficamos batendo papo num café. Foi otimo, eles sao bem legais.

p.s.: A foto de nós no café foi postada a posteriori, bem como a foto da Gare Saint Lazare, onde fomos nesse domingo.
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Nojeiras

A foto logo acima é de quarta-feira passada. Descobrimos outras Passagens de Paris perto de Les Halles, essa é a bela Passage de l'Ancre. A primeira foto é da livraria Shakespeare's & Co. onde fomos com Patrizia (na foto com Tati, vendo uns livros). Esta livraria na beira do Sena, de frente para a Notre Dame, só tem livros em inglês - lá comprei "Ulisses" de James Joyce por apenas 6 euros. A foto tá meio embaçada, mas é a única que temos do lugar.

Por razões de precaução, já vou escrever no blog agora - bem mais cedo que o de costume - pois por algum motivo desconhecido a internet está funcionando pois o Hamid, o cara responsável pela internet, ainda nem se mexeu.

Tempo bom novamente, a meteorologia que tinha previsto sol pra ontem errou por um dia.
Bom, a chegada do último mês aqui me fez sentir a pressão do tempo e fui à biblioteca xerocar um monte de coisa que me interessa. Depois tentei comer no restaurante universitário pra dar mais uma chance pro lugar, mas a comida era "Pênis de boi" - tô fora! Saí e comi alguma coisa em casa mesmo. Tô tomando o tempo livre pra ensaiar minha apresentação de pesquisa no seminário de meu co-orientador, Alain Vanier, nesta quarta. Tô um pouco nervoso.

Tati foi cedo para uma instituição de tratamento de drogas com olhar psicanalítico, La Terrasse, e passará o dia todo lá, em seguida tem aula de francês. Nos desencontraremos pois eu estarei no seminário da Sophie de Mijolla-Mellor.

Ontem de noite falamos ao telefone com Márcia e Juju, mãe e avó da Tati. Foi ótimo ver que estão bem e matar as saudades.

p.s.: Enquanto eu escrevia, Tati chegou e contou uma história nojenta que aconteceu no La Terrasse. Ela participou de um atendimento de grupo onde tinha um paciente transexual que tirou um rato, não um hamster, um rato mesmo, de sua bolsa e ficava beijando o rato, chupando o rabo do rato, beijando a bôca do rato, deixando o rato lamber sua língua...ECA!!! A Tati disse que quase vomitou!
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Mais museus (e AINDA sem internet)!!!

Primeiro domingo do mês - ainda sem internet - mas com museus de graça. Ainda com chuva, vento e frio, mas com museus de graça. Nao deu pra ir a Versalhes, no entanto fomos ao Museu Guimet e ao Museu Gustave Moreau.

O primeiro museu é o museu de Paris que abriga a arte do Oriente. Adoramos, vimos arte do Japao, da Coréeia, China, Tibet, Vietnam (primeira foto), Tailândia, Mianmar, India, Nepal, Afeganistao e...CAMBOJA! Sem brincadeira, as esculturas cambojanas dao um banho no resto, o ponto forte (última foto). Também gostei muito das gravuras japonesas.

O Museu Gustave Moreau é a casa e também uma coleçao de muitas pinturas deste pintor simbolista do fim do século XIX. Tem quadros bonitos (como o da segunda foto - aliás, é uma tapeçaria), mas o cara nao é genial e fez mesmo umas feiuras. Para ir a este museu, passamos pela Gare Saint Lazare, a estaçao de onde saem os trens pra Inglaterra, aqueles que vao pelo Eurotunel. Esta mesma estaçao foi retratada por Monet em alguns quadros que vimos em Paris - impressionante como ela continua igual.

De noite, foi exibido o filme 'A vida aquàtica de Steve Zisou' aqui na Casa da Itàlia. Um besteirol, mas divertido - uma sàtira de Jacques Cousteau misturado com Moby Dick. Surreal é a participaçao especial de Seu Jorge como membro da tripulaçao de Zisou que, a todo momento, canta algum sucesso de David Bowie em português.
Espero mesmo que amanha nossos problemas de internet estejam solucionados.

p.s.: Como se vê, já consegui postar as fotos hoje (segunda 3/12), mas não sei se a internet vai continuar boa, não> Nem chamei o tal do árabe, Hamid - o treco ficou bom sozinho!