A volta da Mariana

Hoje fomos fazer um passeio light pois dormimos até tarde. Visitamos duas igrejas do bairro Saint Germain de Près - Saint Sulpice e Sainte Clotilde. A primeira infelismente está com a fachada em reformas, no entanto dentro é bonita - tem, inclusive, duas pinturas de Delacroix (uma delas é a primeira foto).

A segunda é uma igreja do século XIX imitando o gótico, mas imitando tão bem que ficou bonita (segunda foto). Os vitrais lá dentro são de muito bom gosto. Adoramos.

Depois voltamos pra casa pra receber Mariana que fica morando conosco até sábado.

Ela chegou bem cansada e, assim, fizemos um lanchinho e descansamos. Mas, no lanchinho, tomamos a famosa cerveja belga Leffe - uma delícia!

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Freiras travestis

Hoje acordei tardíssimo pois algum milagre aconteceu ontem à noite - A internet está ótima! Com isso me empolguei e acabei vendo no youtubes o filme "Let it be" dos Beatles - fui dormir às 4: 00 hs!!

Tati, um pouquinho melhor, foi pro estágio, mas voltou cedo.

Eu saí rapidamente também, para encontrar Patrizia e lhe dar alguns livros que ela vai levar pro Brasil pra mim - porque minha mala vai estar lotada.

À noite fomos a uma festa de celebração de 20 anos de uma instituição de tratamento de drogadições. Foi dentro do Museu de Arte Naïf, em Montmartre. Foi a primeira vez que fomos lá de noite. É muito movimentado (cabarés!) e a Sacre-Coeur iluminada fica um barato (segunda foto).

A festa foi muito boa - comida e bebida liberada e de primeira - Champagne inclusive. Acontece que teve um show de travestis vestidos de freiras muiiiito engraçado (primeira foto). 

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Bem mais ou menos

Tati acordou ainda bem mais ou menos, gripada e, por isso, ficou em casa, de repouso.

Eu fui com Tiago à aula do Cristof Ehremberg na Paris V. Decepção - o Ehremberg botou uma senhora pra dar aulas por ele por todo o semestre, e ela é bem mais ou menos, nem sei se volto.

Já que eu estava ali em Saint Germain de Près, aproveitei para entrar na igreja homônima e visitá-la pela primeira vez. Também achei bem mais ou menos.

Tati foi ao curso de francês no fim de tarde e após nós nos encontramos com Patrizia, que vai ao Brasil semana que vem dar uma força pro Guilherme. Fomos juntos a um café em frente ao Pantheon (primeira e segunda fotos). Comemos uma salada muito gostosa e batemos papo. Foi divertido. Bem mais ou menos está o Guilherme, que ligou pro celular dela quando a gente estava junto.

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Redução de danos, não de drogas - Salve o consumismo!

As duas fotos são encalhadas - A primeira é da Tati, em Florença, e a igreja de Santa Maria Maggiore e a segunda é dos meus pais e meu irmão mais novo e o Hôtel de Ville.

Tive orientação e aula do Vanier. Me apresentei e apresentei a minha pesquisa informalmente à turma e ficou marcado de 5/12 eu apresentar formalmente...tô apavorado! Mas, ao mesmo tempo, o Vanier é muito acolhedor e simpático, o que, nessas horas, é bom.

Ah! Conheci mais brasileiros na Paris VII; só dá Brasil!

À noite fui ao seminário de Conrad Stein no Espace Analytique, bem interessante. Cheguei cedo e passeei pelo entorno - descobri uma igreja medieval, Santa Clotilde, bem interessante - algum dia vou entrar. Voltando ao Stein, ele defende, criticando Lacan, que o Inconsciente não tem lógica - bem interessante e ousado.

Tati foi pro estágio e à noite visitou um lugar de "redução de danos" das drogas. Gostou muito. Mas achou bizarro que o lugar parece um lounge, com música ambiente, ambiente "transado"....parece um clima pra favorecer o uso das drogas e não só reduzir danos!

Fala da Tati: "Você dá tudo que ele (o drogado) precisa e não pede nada dele, é uma coisa assistencialista mesmo".

Fomos convidados para uma festa de comemoração de 20 anos da instituição nessa sexta-feira.

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Hey teacher, leave the kids alone!

A primeira foto é tirada na entrada do Parc Montsouris - ao fundo, a Casa da Itália, onde a gente mora agora.

Hoje fui ao seminário do Markos Zaphiropoulos, gostei. Conheci lá quatro brasileiros, além de mim e de Eduardo - Invasões bárbaras, pessoal!

Encontramos Tiago no corredor e fomos os três ver o Chateau d'Eau, uma mansão que hoje é a sub-prefeitura do Arrondissement 10. Linda! Amanhã tiro uma foto dela.

No fim de tarde fui ao seminário de Marie-Claude Lambotte, também excelente - e ainda deu tempo de encontrar com a Tati no Espace Analytique e escutar o J.-D. Nazio que lá palestrava. E também adorei.

Tati foi pro seu estágio, melhorou da gripe, jogou pingue-pongue, participou de uma reunião e já está entrosada na equipe. Nada como um dia após o outro.

Foi também pro seu curso de francês. Ainda bem que eu não me inscrevi. Ela me contou que, além de ser numa escola, a postura dos professores e diretores para com os alunos é de como se os últimos fossem crianças. Dão bronca, toca sinal, todos têm de entrar juntos e saírem juntos, o diretor trata os alunos como débeis-mentais, tem-se de informar falta antecipadamente etc. Já tô velho pra isso! Parece escola disciplinar dos tempos dos meus avós! Será que a escola aqui ainda é assim? Isso explica e muito na neurose francesa.

Vocês acreditam que a Tati e os estrangeiros sentam em carteiras pra crianças! As crianças saem da escola, eles entram...a última foto mostra a saída das crianças e a primeira o prédio do famoso jornal Le Monde (O Globo deles!), que é ali do lado.

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Enfim, a Liberdade

Hoje Tati foi pro estágio e achou bom ter mudado de setor. Agora está na internação, comendo chocolate e bebendo coca-cola e com refeições deliciosas! JMas, falando sério, ela gostou mais deste trabalho, onde pôde estar mais em contato com os pacientes. Um deles, um chinês nascido nas Ilhas Maurício, grudou nela e contou toda sua vida. A Tati, como boa psicanalista, gosta é de um trabalho onde sua escuta é importante.

Mais tarde foi pra aula de francês - dá-lhe Tati! Fazendo tudo isso, mesmo um pouco gripadinha!

Eu estudei em casa, mas devido a um baixo-astral que me deu ontem porque falta pouco pra ir embora, resolvi dar uma saidinha e fazer um programa que a Tati não tem vontade - fui ver a Estátua da Liberdade! Sim, a original é francesa - aquela de Nova York é uma cópia dada de presente pelo governo francês (primeira foto). E ela fica numa parte do Sena cheia de prédios modernos (como o da última foto) que dá até um quê de Nova York mesmo.

À noite, fui com um amigo da Casa do Brasil, Artur, ao seminário do famoso sociólogo Michel Maffesoli. Gostei muito O cara é mesmo interessante, apesar de eu não assinar embaixo de todas as suas idéias. Havia um debatedor com ele que me interessou tanto - este sim afim ao meu ponto de vista - que comprei um livro seu. Ele se chama Pierre Le Quéau, sociólogo da arte. Um achado!

Voltei com Artur até a asa do Brasil onde fiquei batendo papo com o pessoal, antes de voltar pra casa. Percebi que concordamos numa questão surpreeendente e contrária ao que eu imaginava: A academia em Paris é muito mais "light", quase sem as brigas de Ego que a gente está habituado a ver no Brasil. Aqui todos se frequentam - mesmo na psicanálise, com sua história de narcisismos inflados e brigas de foice. Parece haver mais liberdade na academia.

Paradoxo interessante:

A França é um país onde a academia aceita a alteridade, mas o francês comum nem tanto.

O Brasil é um país onde a academia não aceita a alteridade, mas o brasileiro comum bem mais.

fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

Festa

Ontem foi a festa de meu aniversário - com uma semana de atraso.
Tiago, amigo da Casa do Brasil, reservou o espaço de festas de lá e chamei alguns amigos. A festa durou até umas 4 da manhã, e, por isso, não deu pra escrever no blog ontem.

A festa foi muito legal, adorei. Chato foi fazer faxina no espaço de festas de madrugada. Na última foto, na festa, posam Pedro e um casal de amigos psis do Rio que também estuda em Paris - Camilo e Mariana.

Ontem mais cedo passeamos no Parc Montsouris, sempre que dá a gente vai lá. E hoje fomos em outro parque, um que não tínhamos ido ainda, chama-se Georges Brassens (segunda foto), ele fica no Arrondissement 15; em outras palavras, numa parte de Paris vizinha à nossa, mas onde nunca tinha ido.
É um lugar residencial, pouco turístico, legal pra ver como vivem os parisienses. Neste passeio aproveitamos pra ver ali perto La Ruche, ou "a colméia", um grupo de apartamentos em formato de colméia onde moraram grandes artistas no início do século XX, como Chagall, Modigliani e Brancusi (primeira foto). Hoje ainda é uma residência de artistas - o lugar tem uma cara de comunidade hippie pré-hippie.

Agora no fim de tarde deu um cansaço da festa de ontem e vamos ficar por aqui descansando mesmo.
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br