sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Going to London!


Tati recebeu uma carta do CAF ("bolsa família" daqui) pedindo um documento que faltava...sempre falta um documento! Fomos ao correio resolver isso. Aproveitamos e fomos a uma casa de câmbio trocar euros por libras (como se vê na primeira foto), pois...

...vamos pra Londres amanhã!! Ficaremos sem postar no blog, portanto, de amanhã até quarta-feira e, como de costume após nossas viagens, contaremos tudo depois em retrospectiva.
Infelismente vamos ficar num albergue p9is já tínhamos reservado antes de ir pra Amsterdam. Espero que seja melhor e que a experiência não seja traumática como a de lá. Realmente espero que se pareça mais com o bom hotel em que ficamos em Berna/Suíça. A segunda foto, da gente tomando café da manhã com cara de sono é lá. Que saudades!
Bom, depois a gente conta como foi.

O resto do dia foi preenchido por estudos e pelos preparativos da viagem. Vamos dormir cedo porque o avião sai MUITO cedo.
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Bretanha em Versalhes


Dia feio. O pique-nique que tínhamos agendado pra hoje michou. Em contrapartida, marcamos de jantar com Léonard e Hervé.
Durante o dia estudei e Tati terminou de ler "Nossa Senhora de Paris" de Victor Hugo, obra mais conhecida como "O corcunda de Notre-Dame". Adorou, foi tocada pelo drama e só fala no livro. Agora quer ler "Os miseráveis".

O jantar que marcamos não é em Paris, mas em Versalhes. Assim, Léonard pegou a gente de carro e fomos pra lá. Encontramos com Hervé, que é bretão, e fomos a uma creperia bretã escolhida por ele, "La Cote Bretonne". Na segunda foto estamos lá dentro com Léonard e Hervé, da esquerda pra direita. O crepe é um prato típico e originário da bretanha; delicioso, adoramos. Comemos galettes (que são que chamamos em português de crepes salgados) e crepes (na França, estes são doces). Bebi uma cervoize, um tipo de bière (cerveja) vermelha que tem um pouco de tudo dentro, mesmo mel. Adorei a bebida e amamos os crepes e galettes.

Hervé nos falou um pouco da Bretanha. O idioma bretão é semelhante ao gaélico da Irlanda, derivado do celta, mas ele não sabe falá-lo. O povo bretão é celta. Eles mantém as mesmas tradições e cultura antigas dos celtas. Tocam gaitas de fole, idolatram as lendas do rei Artur, Merlin, Lancelot (que era a marca da minha cervoize) etc. Parecem ingleses, em suma.

Foi muito agradável bater papo e estar com os dois. Foram muito amáveis e gentis conosco. Foi legal que só falamos francês e foi possível conversar descontraidamente em outra língua.

Ainda deu tempo para vermos o entardecer atrás do famoso palácio de Versalhes (primeira foto), que já estava fechado a esta hora e infelismente está com uma parte de sua fachada em reformas...mas foi lindo. Um dia a gente vai lá visitá-lo. Vimos um pouco da cidade também, pacata e silenciosa. O motivo é que, além de pequena, é uma cidade habitada sobretudo por militares desde a época de Napoleão.
De resto, já arrumamos nossas malas pra viagem à Londres que será neste sábado.
Agora enquanto escrevo, a Márcia, mãe da Tati, acabou de ligar e estamos matando saudades dela.
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Hífen


As fotos acima são encalhadas: A primeira é da Mairie (sub-prefeitura) do XIV Arrondissement, o nosso bairro. A segunda é do prédio do Comitê Olímpico Francês, que está do lado do estádio Charlety e que, se você atravessar a rua, entra na Cité Universitaire, bem na Maison du Brésil...aliás, a rua se chama Avenue Cobertin (o barão das Olimpíadas).

Dia de chuva, temporal e frio.
Aproveito a situação para fazer um comentário: Pertinho da Casa do Brasil, dentro da Cité, tem um campo de futebol que fica alagado toda chuva, mas é impressionante como em pouco instantes a água escoa e o campo fica uma beleza. E em pensar que muito campo profissional no Brasil ainda não tem esse bom sistema de drenagem...aqui, um campo de futebol qualquer o tem.

Tati acordou cedo para visita um serviço especializado em álcool e drogas chamado Trait d'union, que em francês quer dizer "hífen". Este serviço liga os pacientes que estão presos à sociedade novamente através de tratamento multidisciplinar. Lá tem até apartamento para pacientes morarem se quiserem.

Tati foi muito bem recebida e voltará lá para acompanhar um dia de trabalho de prevenção nas escolas. Apesar de ficar toda molhada com o temporal, gostou muito. Valeu o esforço!

Eu fiz compras, estudei e após a chegada dela, fomos lavar e secar roupas pois viajamos pra Londres no próximo sábado.

Às 20:45 hs fomos ver na TV o filme "Saraband" de Bergman, seu último filme, se não me engano. Pra variar, pesado, mas excelente. Só hoje que vim saber que ele e Antonioni morreram há alguns dias. Perda irreparável.

p.s.: Antes do filme, no noticiário, vimos que está ocorrendo numa pequena cidade no sul da França um festival de jazz que parece tradicional. Hoje mostraram a apresentação de um tal de Gilberto Gil, ministro da cultura do Brasil. Um mico! Ele grita "Bahia!" pro público e fazia aqueles barulhos estranhos que vocês conhecem...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Praia, sombra e cuca fresca


Hoje, diferente de ontem, voltou ao bom tempo que tem feito no verão e, assim, cumprimos com o planejado - Fomos à "praia". O bom tempo durou o dia, mas a chuva voltou à noite. O normal, pelo visto, em Paris, é chover no fim de tarde...só que no verão o fim de tarde é às 20:00 hs.

Já expliquei antes..."praia" em Paris diz respeito ao evento "Paris Plage" que dura julho e metade de agosto. Toda a margem direita do Sena e a Bassin de la Villete são fechadas ao trânsito e são transformadas em praia, ou algo que lembra vagamente uma praia - São postas lá areia, palmeiras, espreguiçadeiras, guarda-sóis e chuveiros. Já tínhamos visto como é em La Villette. Desta vez fomos à margem direita do Sena.

E é bem legal. Eles são civilizados, não tem baderna e - apesar de não serem famosos pela limpeza - o ambiente é limpíssimo, tanto as espreguiçadeiras quanto o chão. Faltou o mar e os ambulantes, que aqui são proibidos. As pessoas vão de roupa, mas têm algumas mulheres que vão de biquíni. Levei um livro e fiquei estudando e pegando sol, a Tati relaxou, cochilou e pegou sol. Passamos o dia todo lá, só saímos às 17:00 hs porque a fome bateu.
Em casa, nosso almoço-jantar foi bem especial - frango ao curry pra Tati e cordeiro com molho de champignons pra mim. E de sobremesa....profiteroles. É, eles vendem profiteroles no supermercado aqui. E é profiteroles mesmo, com sorvete dentro e com calda de chocolate separada pra gente esquentar e colocar por cima. Delícia.
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

De bem com o francês


Acima, "Amor e Psiquê" de Bernini, no Louvre, onde fomos ontem. A Tati tem uma réplica em miniatura em nosso apartamento no Rio. A outra foto é de nós dois no jardim interno do Museu Delacroix.
Hoje choveu o dia todo. Já estávamos estranhando que não chovia mais em Paris. Voltou ao normal.
Nos informamos sobre a burocracia necessária para receber o reembolso do plano de saúde por conta da visita médica e da compra de remédios para a Tati e demos encaminhamento no processo.
Além disso, fomos estudar na biblioteca da Cité, lá tem um bom acervo de filosofia e psicanálise.
De mais, passei o resto das roupas que faltou e tive uma notícia chata de que o italiano que iria trocar de casa conosco já tem dúvidas se quer ou não, brigou com a namorada e não precisa mais de um quarto de casal. Que azar! Isso talvez impossibilite nossa mudança pra Casa da Itália. Vou saber sexta-feira.

Falamos ao telefone à beça. Tia Beth e Felipe, meu irmão, ligaram. Ele confirmou sua vinda no fim do mês. Além disso, Tati ligou pro Hospital Ville Evrard pra marcar visitas e liguei pra minha avó Odília, que faz aniversário hoje.

À noite, Tati escutou um documentário no rádio sobre a Revolução Russa. O rádio FM aqui tem as estações de rock, dance, jazz, música clássica e música romântica como no Brasil, iguaizinhas, mas tem também estações à moda antiga: com entrevistas, noticiários, novelas e documentários. E os franceses escutam mesmo. Na última vez em que fui passear no Parc Montsouris vi várias pessoas com o rádio sintonizado na mesma novela.
Como vocês podem ver, estamos progredindo em nosso francês. Já compreendemos muito bem o rádio e a TV. Dá pra entender a maior parte do que é dito. Alguém falou pra gente que são precisos 3 meses para a língua deixar de ser um alienígena; é verdade, estamos bem mais íntimos do francês.
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br

domingo, 5 de agosto de 2007

Alarme falso


Esqueci de informar nossos leitores mas já faz alguns dias que chegou uma correspondência da CAF (o 'bolsa família" daqui) nos informamos que vamos receber a ajuda de custo e que o montante já foi depositado em nossa conta. Ótimo.

Primeiro domingo do mês, vocês já sabem, né: Museus de graça.
Graças a Deus a Tati está totalmente bem das costas. Assim, pudemos sair já de manhã para o Museu Delacroix em Saint Germain-de-près. O museu fica numa pracinha simpática, Rue de Fürstenberg.

O museu era o apartamento e ateliê do pintor romântico Eugène Delacroix (em auto-retrato, na primeira foto). É bem pequeno. Tem alguns quadros dele, alguns objetos pessoais e alguns quadros de pintores relacionados a ele. Mas o mais legal é ver o ateliê, que fica separado do apartamento por um pátio interno com jardim que é uma graça. Uma pracinha escondida.
Como o museu é pequeno, saímos de lá cedo e fomos pro Louvre pela terceira vez. Dessa vez demos conta do Renascimento italiano, da Grécia antiga, de mais uma parte de Egito antigo e ainda vimos pinturas italianas, espanholas e francesas dos séculos XVII, XVIII e XIX - Entre muitos, destaque para Caravaggio (segunda foto), Goya, El Greco e o próprio Delacroix.

Ainda falta ver metade do segundo andar do museu e os aposentos de Napoleão. Ficam pra quarta visita, uma outra vez...

Curiosidade sobre a visita de hoje: Disparou um alarme e uma mensagem automática pedindo que todos deixassem o prédio. Nos apavoramos com medo de bomba, sei lá. Os seguranças pediram para nos tranquilizarmos e continuarmos a visita ignorando o ocorrido pois o alarme foi disparado acidentalmente. Ficamos meio cabreros, mas foi tudo bem. Por um lado foi bom porque o Louvre tava insuportavelmente lotado, um forno e uma fedentina. Muita gente saiu com medo. Melhorou a situação.

Hoje a noite conhecemos aqui na Maison du Brésil uma croata, Maia, que fica até o fim do mês. Muito gente boa, bateu papo por um tempão conosco em inglês e português - sim, ela fez intercâmbio no Brasil, morou em São Carlos...ela fala com sotaque do interior de São Paulo. Eu expliquei pra ela que São Carlos é a terra de minha família. Aprendemos bastante sobre a Croácia: É católico, usa o alfabeto romano, era parte do império romano do ocidente, depois do veneziano, depois do austro-húngaro, diferente da Sérvia que sempre foi oriental (império romano do oriente, império turco). Daí as diferenças entre os dois povos. Ah, e croata é uma língua, sérvio é outro, é errado falar na língua servo-croata, ela não existe.

Paris, desde ontem a noite, está quente demais. Deve estar fazendo uns 36 graus. Tá dose pra dormir! Não tem ventilador nem ar condicionado. A janela tem de ficar toda aberta, mas nem venta muito.
fotos: pedroetatiemparis.gigafoto.com.br