terça-feira, 3 de julho de 2007

Carte de Séjour!



Saí cedo, debaixo de chuva e frio, para finalmente fazer o raio do exame médico necessário para a obtenção da tão falada Carte de Séjour.
Cheguei no endereço, vi uma fila grande e saquei que ia ficar o dia todo lá. Encontrei lá por acaso a nossa amiga coreana do grupo de conversação (foto acima com cara de tédio*) e ficamos batendo papo. No entanto, a espera foi pouca - logo fui atendido.

E fui bem atendido. O exame é um semblant de exame. Tiraram meu peso, minha altura, fizeram um teste de vista, tiraram uma chapa do meu pulmão, minha pressão e me perguntaram se tenho plano de saúde. Só. O médico que assinou o laudo me perguntou o que pesquiso; quando lhe disse que é psicanálise, ele se interessou. Acabou que ficamos discutindo minha tese, dali a conversa foi para um debate sobre capitaloismo e socialismo, sobre a esquerda contemporânea, ele me recomendou um livro de um sociólogo, me "prescreveu" até a editora e a edição e eu lhe recomendei Império, de Hardt e Negri. O cara me segurou por uns 30 minutos só de bate-papo pois já tinha feito seu trabalho!

Logo em seguida fui à uma porta no mesmo andar que é a Prefecture de Police e, SIM, consegui finalmente minha Carte de Séjour. Falta a da Tati - a dela é pra semana que vem.
Toda esta história acabou às uma da tarde, mas cheguei em casa uma hora depois porque havia uma suspeita de bomba no metrô e fecharam minha linha, o RER B. Tive de pegar um ônibus.

À tarde conversamos com a diretora da Maison du Brésil sobre nossa vontade de mudar de casa. Ela disse que tudo bem, basta a gente achar uma outra casa na Cité que tenha vaga. Visitamos TODAS as casas da Cité menos as da Índia e Itália que estavam com a recepção fechada. As que têm vaga e pareceram boas são as casas da Suíça, Camboja, Mônaco, Dinamarca e Espanha. A que mais queremos é a de Mônaco. Mas essa novela continua, ainda não está nada certo.

Tati foi à noite pro seu grupo de conversação (no qual a mesma coreana acima estava) e eu fui ao bairro de Saint Germain de Près na Maison de l'Amerique Latine assistir a uma conferência do psicanalista Philippe Julien sobre "Psicanálise e o religioso" - não o conhecia, é bem interessante.
Curiosidade: A mansão onde fica a Maison de l'Amerique Latine foi, no século XIX, a casa de Charcot (foto acima), o psiquiatra professor de Freud e decisivo na origem da psicanálise. Li na biografia de Freud, de Ernest Jones, que Freud freqüentou a casa de Charcot. Ela é linda.

*Explicação sobre a foto: O vietnamita doido do professor-animador do grupo de conversação puxou uma máquina fotográfica - fetiche dos orientais - e tirou uma foto da gente no meio do grupo. Por isso a cara de vergonha da Tati e de sem-saco da coreana. Ele me mandou a foto hoje por e-mail.

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