segunda-feira, 4 de junho de 2007

Cada dia uma aventura


Hoje eu e Tati achávamos que o dia não daria muito o que contar neste blog, mas Paris é mais surpreendente do que pensamos.

De manhã e de tarde, normal: Fomos à Place d'Italie, famosa por ter as lojas mais baratas de Paris. A foto na entrada de metrô típica é lá. Compramos umas coisinhas e voltamos a pé pra casa - é perto. Depois fomos ao Espace Langues da biblioteca da Cité estudar francês.

O que houve de insólito ocorreu de noite. Eu fui ao seminário do famoso psicanalista Alain Didier-Weill, que estuda as relações entre psicanálise e arte. O seminário é na rue Mouffetard, conhecida pelo agito noturno. Fui lá pela primeira vez, mas como hoje é segunda, não tinha muito agito. Ainda volto algum fim de semana lá...

Bom, já achei estranho descobrir que o endereço de onde seria o seminário correspondia a um lugar que abriga um teatro e uma pista de boliche! Ao indagar uma senhora, descobri que o meu destino era o teatro. Ao entrar lá, vejo que no palco tinha um cara tocando standards da música americana (p.e.: "Ain't she sweet") e ao seu lado, numa mesa um senhor de echarpe roxa e camisa vermelha, a cara do ator Sérgio Brito, que vim a descobrir que é o Alain Didier-Weill. Surrealismo é pouco. Bom, a aula de hoje era sobre as relações entre os quatro tempos da música e os 4 do sujeito, daí alguma coisa fez sentido. Alain apresentou o pianista como Alberto, um pianista de jazz italiano da Sicília que está em Paris. Lhe perguntaram: Alberto de quê? Didier-Weill respondeu: Só Alberto...vai entender. Teve uma hora em que o psicanalista passou a palavra ao músico lhe pedindo pra explicar algumas coisas sobre o tempo em música. Alberto pediu a Alain que este marcasse o tempo com palmas da mão enquanto ele tocava, mas o psicanalista pagou um mico - errava desastradamente o tempo e uma gorducha da platéia gritava "Alain, não! é assim, ó!". Surreal! Tive de ir embora na hora das perguntas ou eu ficava sem metrô.

Mas a história mais fantástica é a da Tati. Ela mesmo lhes contará:
Enquanto o Pedro estava em uma palestra, eu fui para outra. Saí de casa cedo para chegar na hora, porém estava nervosa pois seria apresentada para dois psicanalistas bam-bam-bans daqui... Na hora que fui colocar o bilhete do metrô no buraquinho, entrou por engano meu numa fenda na máquina... fiquei desesperada, pois tinha hora marcada. Hora de francês! Bom, saí correndo para procurar algum funcionário do metrô e achei 3 policiais. Falei tudo errado mas compreensível sobre o que tinha acontecido, porém enquanto procurávamos a dita cuja (máquina), o policial me cantou convidando para conhecer Paris na sua moto! Achei surreal! Estava com pressa, e falei que tinha marido, que não podia, mas queria sua ajuda quanto ao bilhete... ele o achou para mim, e eu agradeci e sai fora... zarpei logo... dizendo merci beaucoup! Bom, depois não aguentei e contei essa história para a psicanalista que me esperava. Ela riu muito e então fomos jantar... no meio da conversa com o psicanalista bam-bam-bam, ela contou a ele essa história... e adivinha o que aconteceu? Quando estava na palestra dele, no meio de sua fala: "o Outro delirante...", o próprio deu o exemplo do policial se remetendo à "colega brasileira". Não acreditei!!!! Ri muito!

Acessamos agora o fotolog e lá dizia que não tem nenhuma foto minha. Isso é um problema deles, esperamos que temporário pois lá tem muitas fotos - http://pedroetatiemparis.com.br

Um comentário:

Guilherme Simões Reis disse...

Excelente participação, Tati. Motoqueiro+policial+francês=uma combinação perigosa! Hehehehehe...
Beijos.